Ame Sua Vida

Melhor amiga:
"Quando você quer parar de respirar, seus batimentos cardíacos aceleram, fazendo com que uma dor instale no seu peito e na sua cabeça, te obrigando a tomar fôlego. Quando você se corta, o sangue do corte se coagula criando uma barreira para que pare de sangrar. Quando você se corta mais profundamente, a sua pele cria um tipo de band-aid, tão forte, que você não consegue se cortar duas vezes no mesmo lugar. Quando você vomita, seu corpo enfraqueça e te faz ficar com mais fome, para você recuperar suas forças. Quando você deixa de comer, várias dores, em variadas partes de seu corpo, te afligem para que você coma. Quando você toma várias pílulas, seu estômago se contrai para que você os ponha para fora.
Seu corpo quer que você viva, então, por que não o faz?"

Garota:
"Às vezes, a dor externa penetra em seu corpo fazendo você perder a consciência de seus atos. O mundo te obriga a ter tal atitude.
Quando não se respira, a dor aumenta e a faz lembrar de que você não quer mais sentir dor, mas você se pergunta 'Como sentir dor se, aparentemente, eu já estou morta? Pra que mais dor?'. Aí você desiste.
Mas tudo vem à tona, exatamente como uma avalanche, fazendo com que você se corte aos prantos, pois no meio do desespero é a única coisa que vem à mente... Em meio ao sangue, você nota que está viva e até se sente feliz por isso e resolve não morrer, então, o objeto cortante desvia das veias, mas continua naquilo para se manter em pé todos os dias. Você só quer ver o sangue. A dor some, mas você não pode contar para ninguém, pois nenhuma pessoa sente isso tudo e acabam te julgando ao invés de te ajudar. Assim, você se corta mais.
Só que a dor volta com o assunto do padrão de beleza que todos exaltam. As pessoas jogam na tua cara que você não está no padrão, aí você expele tudo o que absorve deles por meio do vômito. Sua maior vontade é vomitar na cara deles, afinal, quem são eles ara falar de vocês? Mas eles mentem tão bem que você se convence... Você ve mais sangue saindo por sua boca...
Enfim, surge aquele dia em que você para e analisa tudo e todos, se perguntando no final se você é importante para alguém. Todas as perguntas e conclusões doem.
Restam os remédios.
Quando você os toma, ocorre a repulsa, mas uma única pergunta é capaz de mante-los em seu estômago. Você desmaia. A única coisa que você quer é acordar em um hospital com pelo menos uma pessoa chorando por você.
A única coisa que você quer é provar para os outros que você está viva e forte o suficiente para conseguir tomar uma atitude de sentir as piores dores para poder tirar sua vida e jogar na cara deles que a culpa de tudo isso é de todos eles...
Mas, a morte vem... E você não pode mais fazer nada... Nem tudo da certo."


A automutilação, o bullying, a bulimia e o espírito suicida estão ao nosso redor e nos ameaçam sempre que podem. Apesar de fazerem efeito na hora, deixa consequências e são, muita das vezes, irreversíveis. 

Quem passa por isso sente uma dor enorme, mas não conta isso para ninguém, pois pensa que ninguém é capaz de entender como é. 

Muita das vezes eles não querem se matar, se quisessem mesmo era fácil cometer tal ato... É difícil demais quando os problemas se acumulam e jugar traz consequências piores.

Ser adolescente não é tão fácil quanto parece, mas não merecemos ter nossas vidas arrancadas de tal maneira. Devemos crescer com nossas falhas.

Ame sua vida, ela vale bem mais do que os outros que quer você mal.


- Nise e Thaís

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